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Avaliação e reavaliação do treinamento: economia de corrida

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Autor: Leandro Macedo
Ilustração do artigo

A avaliação do treinamento é de suma importância para ajustar cargas e observar se o atleta está evoluindo dentro do objetivo esperado a cada mesociclo.  E diversas são as formas de avaliar e reavaliar as melhoras do treinamento. Podem ser feitas por meio de testes de campo ou testes laboratoriais, podendo ser máximos ou submáximos e ainda diretos ou indiretos.

Os testes diretos, quando comparados aos testes indiretos, são mais fidedignos, pois tem a capacidade de avaliar algumas variáveis que os testes indiretos não conseguem enxergar. Os testes máximos medidos de forma direta, como o teste cardiopulmonar, fornecem os principais dados para a prescrição e avaliação do treinamento.

Contudo, nem sempre estamos dispostos e motivados o suficiente para fazermos um teste máximo para que seja avaliado cada mesociclo do treinamento. Assim, uma boa alternativa para a reavaliação são os testes submáximos de forma direta. Eles se encaixam principalmente se o objetivo for de provas longas, nas quais a intensidade da competição é também submáxima.

Atualmente não é difícil conseguir fazer esses tipos de testes, muitas vezes cobertos por convênios médicos ou existentes em muitas academias (são os ergoespirométricos muitas vezes utilizados para avaliações feitas antes dos alunos iniciarem uma atividade física).

Fazer um teste da economia do movimento é uma boa opção, tanto para a corrida quanto para a bike, ou mesmo para a natação. Aqui, vou abordar um teste para a corrida.

A economia de corrida (EC) é dada pela relação entre consumo de oxigênio e velocidade da corrida. O atleta terá melhorado sua economia de corrida se tiver diminuído o seu consumo de oxigênio (l/min) para uma mesma velocidade. O teste consiste em medir o consumo de oxigênio durante 4 a 10 minutos, a uma velocidade constante.

A velocidade utilizada deve estar abaixo do limiar ventilatório II, a fim de estabelecer um estado de equilíbrio para determinar o consumo de oxigênio. A EC é representada em ml/min.kg. O teste pode ser feito em esteira ou na pista de atletismo, usando medidores portáteis do consumo de oxigênio.

Diferença da economia de corrida em esteira e ao ar livre

 

Segundo as pesquisas de Pugh (1970), Davies (1980) e Daniels et al. (1986), as medidas da EC em esteira podem variar em relação ao ar livre em função da resistência do ar. A utilização de inclinação de 1% na esteira na medição da EC serve para minimizar estas variações. Por esse motivo, aconselho sempre que for fazer tiros em esteira baseados em ritmos feitos na rua, utilizar 1% de inclinação, a menos que o objetivo do treino seja outro como, por exemplo, o de aumentar a frequência de passadas. Neste caso, pode-se utilizar 0% ou mesmo declinação.

Relação massa corporal e economia de corrida

Sabe-se que o ganho de peso afeta o consumo de oxigênio e a eficiência da corrida. Para cada quilo adicionado próximo ao tronco do corredor, o consumo de oxigênio aumenta em 1%, enquanto se um quilo for adicionado ao tênis, o consumo de oxigênio cresce 10% (MYERS; STEUDEL, 1985). Portanto, se o atleta ganhar 1kg na cintura mas diminuir 101g  do seu tênis ainda ficará no lucro.

Deve-se observar que se o corredor ganhar peso aumentará seu consumo de oxigênio, mas ao mesmo tempo irá contribuir para baixar o valor da EC, podendo gerar análises distorcidas. Portanto, para comparações entre testes de um mesmo atleta, talvez seja melhor considerar o consumo de oxigênio em termos absolutos.

Por fim, vale ressaltar que o resultado de uma avaliação ou mesmo de uma competição deve ser comparado tendo seu teste anterior como referência, e não comparar e se preocupar com resultados de outros atletas. Encarar testes e competições dessa forma é entender o verdadeiro espírito de competitivo, onde o adversário é, na verdade, apenas um aliado na busca da evolução física, mental e espiritual.

 

Daniels, J. Scardina, N., Hayes, J. and Foley, P. Elite and subelite female middle- and long-distance runners. In Sport Elite Performers (edited by D. Landers), pp. 57-72. Champaign, IL: Human Kinetics, 1986.

Davies, C.T.M. Effects of wind assistance and resist- ance on the forward motion of a runner. Journal of Applied Physiology, 48, 702-709, 1980.

Pugh L. Oxygen intake in track and treadmill running with observations on the e?ect of air resistance. J Physiol (Lond) v. 207, p. 823-835, 1970

MYERS, M. J. STEUDEL, K. Effect of limb mass and its distribution on the energetic cost of running. Journal of Exp Biol, v. 116, p. 363-373, 1985

 

 


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Leandro Macedo Triatleta profissional por 20 anos,foi campeão do Circuito Mundial de Triatlo em 1991 e dos Jogos Pan-americanos de 1995. Representou o país nas Olimpíadas de Sidney e Atenas.
Atualmente é sócio-proprietário e diretor-técnico da TOP Sports Assessoria Esportiva.
leandrotreinotop@gmail.com

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