Não é de hoje que pesquisadores tentam desenvolver equipamentos que potencializam o rendimento dos ciclistas. Décadas atrás os engenheiros sugeriram o uso das coroas biopase, mas foi algo que não teve muito sucesso, muitos relatavam que elevavam as chances de lesões, etc. Hoje em dia existem vários modelos de coroas ovais, ou melhor, não circulares, já que alguns modelos não são exatamente ovais fig 1.

Figura 1: alguns  modelos de coroas ovais existentes no mercado.

Fonte: http://www.treinebr.com.br/site/index.php/artigos-e-dicas/72-coroas-ovais-revisao-de-literaturar

E qual é a ideia por trás disso?

Como informado no texto anterior, a capacidade de fora gerada pela ciclista sobre o pedal varia conforme  comprimento muscular, ou seja ciclista tem mais força próximo do meio do movimento de pedala, segundo alguns pesquisadores por volta de 98 a 110 graus do angulo de pedalada, como mostrado na figura 2,  quando o pedevela esta acima e abaixo, as chamadas “dead zona” (zona morta) da pedalada, onde o ciclista praticamente não exerce força no pedal. De modo geral as coroas ovais retiram carga da pedaladas próximo das zonas mortas e colocam carga quando o ciclistas tem maior capacidade de força, pelo que sabemos só a biopace tem essa ideia invertida, talvez por isso que não fez sucesso.

Figura 2: Mostrando pontos indicados pela seta, onde o ciclista diminui muito a força sobre o pedal, lado esquerdo e do lado direito usando coroas ovais os pontos de menor força já se eleva.

FONTE: http://www.rotorbike.com/products/mtb/qx1_49

Análises teóricas desses modeles mostraram ganho de 3% na capacidade de torque com um formato especifico, muito próximo a que a coroa Osymetric Harmonic (coroa que o ciclista Cris Froome usou no ano que foi campeão do Tour de France).

Figura 3: Cris Froome, com sas corias ovais

Fonte: http://velonews.competitor.com/2013/08/bikes-and-tech/technical-faq/technical-faq-analyzing-bike-fits-of-the-professionals_297968

Porém na prática esse ganho não é muito claro, lendo e relendo todos os artigos publicados no meio acadêmico a respeito disso, por volta de 20 (não são muitos, talvez pela dificuldade metodológica dessas pesquisas) os ganhos parecem ser mais claros em provas de alta intensidade e curta duração, como é o caso de provas de BMX e o formato da coroa, ovalação e angulo de pico de força muram os resultados e parece que cada ciclistas tem resultados melhores ou pores dependendo desses dados.

Fizemos uma tentativa de demonstrar o eficácia das coroas ovais (no caso a Rotor Q-Ring) na melhoria de desempenho em teste laboratoriais, porem as variações de desempenho pareceu não ser estaticamente neutra.

Uma opinião pessoal a respeito disso é que as cada ciclista precisa de um formato de coroa especifica (mais ou menos oval, e com pontos de máxima força diferentes entre si) e a achando essa coroa possivelmente o desempenho irá melhoras, porem não drasticamente.  Estamos desenvolvendo uma metodologia de avaliação baseada principalmente em dinamômetria para poder sugerir quais seria os formatos de coroas mais interessante para cada ciclista, possivelmente desenvolvendo algo individual e dando tempo para o atleta se habituar com o uso das mesma, o ganho de rendimento deverá ser expressivo.

Abraços e bons treinos a todos