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Coração do Atleta pode ser confundido com coração doente

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Autor: Prof. Luiz Carlos de Moraes


Na matéria anterior falei que a musculação também é boa para os cardíacos levando-se em consideração a variável fisiológica do Duplo Produto. Leitores me escreveram pedindo para melhor explicar essa questão porque gostam de musculação e a um deles foi recomendado que parasse de fazer por ser hipertenso.


Pois bem. Durante a execução de qualquer exercício todos os músculos do corpo principalmente os que vão entrar em ação vão precisar receber um aporte sanguíneo maior, função executada pelo coração que responde com o aumento da Freqüência Cardíaca FC e da Pressão Arterial Sistólica PAS. Por conseqüência, o coração que também é formado por massa muscular gasta energia para executar esse trabalho de aumentar a Freqüência Cardíaca e a Pressão Arterial Sistólica.


>Como citado na matéria, a equação para se saber qual o esforço cardíaco se calcula multiplicando a FC pela PAS. O resultado é dado em milímetros de mercúrio, valores que segundo os especialistas podem variar aproximadamente de 6.000 batimentos por milímetro de mercúrio em repouso considerando uma FC de 50bpm e uma PAS de 120mmHg até 40.000 batimentos por milímetro de mercúrio ou mais dependendo do exercício e intensidade. Por medida de segurança aconselha-se não ultrapassar valores de 30.000 milímetros de mercúrio sob risco de isquemia do miocárdio. Ou seja, o exercício não pode ao mesmo tempo aumentar a FC e PAS.


Para isso, vimos há algumas semanas que nos exercícios contínuos (aeróbios) devemos controlar a FC através de equações atualizadas como a 208 - (0,7 x idade) para Freqüência Cardíaca Máxima. Na musculação, onde ainda residem muitas dúvidas em razão de mitos enraizados por anos a fio podemos controlar a intensidade de diversas maneiras mesmo não sendo necessário estar medindo a Pressão Arterial porque já se sabe através de pesquisas como se comporta o coração nos diversos métodos, séries e cargas. Como citei a posição do corpo sentada ou deitada a segunda é sempre favorável porque gera um duplo produto menor.


Além disso, existem trabalhos mostrando que a forma de execução de exercício bilateral dos membros inferiores costuma apresentar tendência a elevar os valores de Duplo Produto sendo menos vantajoso do que a unilateral. Da mesma forma, exercícios de elevação dos membros superiores feitos em pé quando ultrapassam a linha média do coração o esforço cardíaco é maior mesmo considerando estar ou não em vantagem ou desvantagem mecânica. Isso é essencialmente importante na prescrição de exercícios para hipertensos que não precisam abdicar da musculação apenas fazendo os exercícios de modo mais adequado à situação.


O número de séries também é outra variável a ser considerada. Existem trabalhos concluindo que o número de séries maior que duas influencia o aumento da FC e maior que uma o Duplo Produto. Portanto, o nível de exigência cardíaca não depende apenas da carga de trabalho e sim do número de séries e como são executados os exercícios.


O exercício seja ele qual for, entre tantos benefícios, visa fortalecer os músculos e o mesmo acontece com o coração que passa a bombear maior volume de sangue por minuto. Dependendo do tipo de exercício, aeróbio, anaeróbio e misto o coração passa a bombear diferentes volumes de sangue que se reflete na FC e Duplo Produto. Já em 1971 fisiologistas franceses classificavam três tipos de corações treinados: aeróbio com cavidades maiores, anaeróbio com as paredes musculares mais grossas e o misto, com as paredes mais fortes e câmaras maiores. O coração do sedentário ejeta em media de 650 a 700 ml. Dos ciclistas de estrada, maratonistas, nadadores de longas distâncias e triatletas, mais de 900 ml. Corredores de 100, 200, 400m e fisiculturistas de 700 a 800 ml. Os meio fundistas e os que fazem treinamentos mistos o coração pode ejetar de 800 a 900 ml em cada contração ventricular.


Por conta dos sinais clínicos idênticos ao coração doente, tais como bradicardia, distúrbios de ritmo, ruídos sistólicos e zonas silenciosas, essas alterações fisiológicas de quem pratica atividade física foram durante muito tempo confundidas com doenças cardíacas. O "coração de atleta" foi o termo encontrado para diferençar o coração doente do sadio descoberto por Henschen em 1899 ao comprovar que o coração do atleta é maior, bate menos vezes por minuto principalmente em repouso, tem câmaras cardíacas maiores e mais eficientes. O coração doente pode bater menos vezes por minuto por não ter força suficiente ou por deficiência na estrutura que gera os batimentos cardíacos chamado de nó sinusal. Portanto, quando fizer avaliação médica procure médicos de sua inteira confiança de preferência ligados à Medicina Esportiva. Da mesma forma que o seu profissional de Educação Física deve ser habilitado e atualizado.


Para Refletir: Pessoas evoluídas evitam o extremo, o excesso e a extravagância, mas um dia fizeram tudo isso e aprenderam se tornando pessoas melhores. Moraes 2009.


Sobre a Ética: Quem finge saber o que não sabe não vai longe e rapidamente é descoberto. Moraes 2009.


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